Alvor surge da exploração criativa do hacking de materiais electrónicos para a construção de uma série de objetos sonoros mecânicos, influenciados pelo território imaginário e poético do canto dos pássaros.
Nesta série de objectos electrónicos sonoros, que nos remetem para a forma dos pássaros, Inês Castanheira deixa à intensidade luminosa, quer natural, quer artificial, o trabalho de activar a sua potência anímica e sónica.
Adaptados individualmente os mecanismos são sensíveis à luz, podendo ser manipulados através de fontes de luz artificial ou calibrados como alarmes de luz natural ativados pela primeira incidência da luz solar do amanhecer.
O chilrear das aves é, talvez, um dos sinais mais característicos do dia a despontar, e que varia consoante a sua natureza geográfica e climática.
Em Alvor, convida-se o público a ocupar o papel de agente que pode explorar essa possibilidade moduladora, descobrindo e acordando «os pássaros do seu estado imóvel e silencioso, utilizando a luz como fonte manipuladora de movimentos e sinfonias escondidas no interior electrónico dos objectos.

por Rossana Mendes Fonseca